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Carlos Bacchi

  • Foto do escritor: Cristine Oliveira Avila Cherubini
    Cristine Oliveira Avila Cherubini
  • 19 de ago.
  • 3 min de leitura

https://www.instagram.com/carlosbacchi/ Nossa relação com o Carlos começou de um jeito simples e bonito: ele se hospedando aqui na Casa Alma. Aos poucos, o convívio foi virando parceria, amizade e criação. Tanto que lançamos juntos a collab NÓS — uma coleção de roupas que, como o próprio nome diz, nasce da união de histórias, afetos e olhares.

Conversar com o Carlos é mergulhar em um universo em que moda não é sobre tendência, mas sobre rito. Sobre confiança. Sobre o invisível que se torna visível.

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CA – Trabalhar com vestidos de noiva é, de certa forma, trabalhar com o imaginário, com o rito, com o afeto. O que mais te emociona nesse trabalho? CB – O processo de fazer existir algo que até ali é apenas uma fantasia já seria fantástico o bastante para mim. Esse processo foi o que me encantou na moda. Com o tempo descobri que ainda vai além. Para realizar um vestido de noiva, junto com o seu sonho pessoal um ser humano entrega ao outro a sua confiança. Entender que outra pessoa seja capaz de traduzir melhor do que você o seu próprio sonho, e além disso confiar que consiga tornar físico, com capricho e com beleza os seus pensamentos é talvez o que mais me emocione no trabalho.

CA – No meio de tecidos, provas e croquis, onde tu guarda espaço pro silêncio e pra contemplação? O que te abastece criativamente hoje? CB – Vivo hoje uma fase de completa transformação, tanto na vida pessoal quanto no ateliê. Isso não tem proporcionado muitos momentos de tranquilidade, o que é compreensível. Com certeza eles são fundamentais no meu processo, visto que a criação precisa vir depois da contemplação. E contemplar vem depois — ou ao mesmo tempo — do observar, estudar e entender. Só que para observar é necessário tempo, e espaço também. Alguns grandes momentos de contemplação foram vividos na Casa Alma.

CA – Se tu pudesse bordar uma única palavra num tecido eterno, qual seria — e por quê? CB – Coragem. Não consigo imaginar como a passagem pela vida possa verdadeiramente ser aproveitada sem ela.

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CA – Existe alguma lembrança — da infância, da tua casa, de alguém querido — que pulsa no teu processo criativo? CB – Muitas, impossível sinalizar apenas algumas. Na hora de criar, sempre surgem aquelas que têm vínculo com a situação que estou vivendo. Talvez mereçam ser ressaltadas as da infância, período em que tive a oportunidade e o incentivo para vivenciar processos criativos diversos, alguns com técnicas, mas na maior parte livres. As experiências da infância com certeza são ferramentas dentro da mochila de repertório que estará a vida toda nas minhas costas.

CA – Uma peça também é feita de tempo. Qual a importância do tempo no teu processo criativo? Ele é aliado, desafio, matéria-prima? CB – Às vezes me parece que é um cara “tendencioso”. Funciona conforme o andar da carruagem, vai se comportando conforme o que os outros fazem. Mas cada vez que chega ao fim essa reflexão, me dou conta que ele é reflexo. Ele é tudo o que nós somos, só que em história. Se desejo que seja um aliado, ele será. Inimigo, também pode ser. Desafio, se essa for a condição que eu impuser. Ele é o que nós determinarmos, só que em documento assinado e registrado. Única coisa que tenho certeza é que ele foi feito para ser suficiente. Nossa espécie é que honra a ignorância distorcendo isso.

CA – Existe uma palavra, um cheiro, uma textura ou um som que tu associa com a tua alma criativa? CB – Associaria o amor, que assim como a coragem, tem dose obrigatória em qualquer receita, seja no trabalho ou em qualquer coisa. As texturas, sempre e todas que não são artificiais. Diria músicas, mas há um som específico que me chama mais a atenção onde vivo hoje. Todos os dias ouço e percebo o vento, ele balança uma fila de eucaliptos que já são senhores antigos e fica impossível não parar assistir. Está presente também.

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Na Casa Alma, acreditamos que a coragem e o amor, tão presentes nas palavras do Carlos, são também os fios invisíveis que costuram encontros verdadeiros. Quando ele fala de confiança, de tempo, de contemplação, reconhecemos muito do que guia também o nosso caminho: essa vontade de criar não apenas objetos ou roupas, mas experiências que carregam presença, rito e afeto. O trabalho do Carlos nos lembra que uma peça pode ser mais do que tecido e linha — pode ser memória, pode ser gesto, pode ser história. Seu processo criativo sopra poesia para dentro do que é feito à mão. Obrigado, Carlos, por transformar tecido em rito, vento em inspiração e encontros em eternidade.

 
 
 

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